*Renato Lisboa
A sororidade, compreendida como a união e a aliança entre mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, emerge como um valor fundamental para a construção de ambientes de trabalho mais igualitários e saudáveis. No entanto, a prática da sororidade no contexto profissional enfrenta diversos desafios, muitas vezes enraizados em estruturas sociais e culturais complexas.
Um dos principais obstáculos à sororidade é a competição feminina, frequentemente incentivada por uma cultura que prega a escassez de oportunidades para mulheres em posições de liderança. Essa dinâmica pode gerar um ambiente de rivalidade, minando a possibilidade de apoio mútuo e fortalecimento coletivo. Além disso, estereótipos de gênero arraigados podem dificultar o reconhecimento e a valorização do trabalho feminino, levando mulheres a internalizar a desconfiança e a competição como estratégias de sobrevivência no ambiente corporativo.
Outro desafio relevante é a falta de representatividade feminina em cargos de poder. A ausência de modelos femininos em posições de liderança pode dificultar a identificação e o apoio entre mulheres, perpetuando a lógica de competição e isolamento. A sobrecarga de trabalho, a dupla jornada (trabalho e afazeres domésticos) e a pressão estética também podem dificultar a criação de espaços para a sororidade, uma vez que as mulheres se veem constantemente pressionadas a atender a múltiplas demandas, com pouco tempo e energia para investir em relações de apoio.
Apesar dos desafios, a construção de um ambiente de trabalho mais sororário é possível e necessária. Algumas dicas práticas podem auxiliar nesse processo:
Cultive a empatia: Procure compreender as experiências e os desafios enfrentados por outras mulheres no ambiente de trabalho. Coloque-se no lugar da outra e busque entender suas perspectivas.
Valorize o trabalho alheio: Reconheça e elogie as conquistas e os esforços de outras mulheres, tanto em público quanto em privado. Destaque suas habilidades e competências, contribuindo para o fortalecimento de sua autoestima e reconhecimento profissional.
Ofereça apoio e esteja disponível: Esteja presente para ouvir e oferecer suporte a colegas que estejam passando por dificuldades. Compartilhe seus conhecimentos e experiências, e ofereça ajuda prática quando necessário.
Combata a competição interna: Busque construir relações de colaboração e parceria com outras mulheres, em vez de competir por reconhecimento ou oportunidades. Lembre-se de que o sucesso de uma mulher não diminui o seu próprio valor.
Denuncie atitudes machistas: Não tolere comentários ou comportamentos discriminatórios no ambiente de trabalho. Incentive a denúncia e o debate sobre questões de gênero, contribuindo para a desconstrução de estereótipos e preconceitos.
Promova a união: Crie espaços de diálogo e troca entre mulheres, como grupos de apoio, mentorias ou eventos internos. Fortalecer a rede de contatos e o senso de comunidade contribui para a construção de um ambiente mais acolhedor e colaborativo.
Seja uma aliada: Apoie outras mulheres em suas jornadas profissionais, oferecendo suporte, orientação e visibilidade. Indique colegas para oportunidades, compartilhe seus trabalhos e celebre seus sucessos.
A superação dos desafios e a promoção da sororidade no ambiente de trabalho não dependem apenas das mulheres, mas sim de um esforço coletivo que envolve toda a organização. É fundamental que as empresas adotem políticas e práticas que incentivem a igualdade de gênero, o respeito à diversidade e a construção de um ambiente mais inclusivo e colaborativo. Somente assim será possível construir um futuro do trabalho mais justo e igualitário para todas.
*Neuropsicanalista, Socorrista em Saúde Mental, Jornalista e Advogado. Responsável pela maior negociação trabalhista administrativa do Brasil.
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RENATO DOS SANTOS LISBOA
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