Por Patricia Ansarah*
Nos últimos anos, a segurança psicológica emergiu como um pilar essencial para ambientes de trabalho saudáveis, inovadores e produtivos. Entretanto, recentes debates têm questionado a forma como o tema é abordado, especialmente no uso de teorias e modelos que muitas vezes carecem de fundamentação científica sólida, levantando a necessidade de práticas mais rigorosas e embasadas.
A segurança psicológica é amplamente reconhecida como essencial no ambiente de trabalho. Pesquisas, como a realizada pela Gallup, mostram que colaboradores que se sentem psicologicamente seguros têm 27% mais chances de estar engajados em suas funções, destacando o impacto direto desse fator no desempenho e no bem-estar organizacional.
Em meio a essas discussões, pontos têm sido questionados sobre as propostas no campo da segurança psicológica. Enquanto a doutora Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, desenvolveu uma base teórica amplamente validada, definindo segurança psicológica como a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para tomar riscos interpessoais, outras abordagens, como a teoria dos Quatro Estágios da Segurança Psicológica, de Timothy R. Clark, têm enfrentado críticas por não contarem com evidências empíricas consistentes.
Tom Geraghty, especialista em segurança psicológica, reconhece a utilidade do modelo dos Quatro Estágios de Timothy R. Clark como ponto de partida, mas alerta contra sua aplicação como uma estrutura rígida e linear. Ele enfatiza que a segurança psicológica é um fenômeno complexo e dinâmico, que não segue padrões fixos. Essa crítica ganha relevância no Brasil, onde o crescimento do tema tem impulsionado práticas e modelos que muitas vezes desconsideram a profundidade e a pluralidade do conceito.
Para atender à demanda de organizações por soluções rápidas ou selos de reconhecimento, diversos modelos estão surgindo no Brasil, frequentemente ignorando a complexidade do tema e seu fundamento central. Essas abordagens simplificadas oferecem ferramentas de medição que, apesar de atrativas no curto prazo, carecem de consistência e eficácia a longo prazo.
Ainda neste campo, Timothy R. Clark questiona se é “caro ser você mesmo”, destacando 12 situações que comprometem o bem-estar no trabalho, como exclusão social e punição por erros honestos. Embora suas ideias provoquem reflexões importantes, a falta de validação científica do modelo dos Quatro Estágios levanta preocupações sobre a eficácia dessas abordagens, que podem não resolver problemas estruturais e, em vez disso, mascará-los.
À medida que a segurança psicológica se torna crucial para as organizações, é fundamental que líderes adotem soluções baseadas em ciência e práticas comprovadas. Modelos sólidos, que envolvem respeito e confiança, são essenciais para promover inovação, aprendizado e crescimento dentro das equipes. Empresas que desejam se manter competitivas devem investir em times psicologicamente seguros, entendendo que a segurança psicológica é o meio para alcançar o sucesso sustentável, e não um fim em si mesma.
Estudos indicam que equipes com segurança psicológica têm melhor desempenho, impulsionam inovações e aprendizados contínuos, sendo essenciais para a competitividade das empresas. Em vista disso, o Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP) é pioneiro no Brasil ao oferecer a única certificação internacional para equipes focadas em segurança psicológica.
*Precursora do conceito de segurança psicológica no Brasil, a psicóloga organizacional Patricia Ansarah – com mais de 20 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas - criou o instituto para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema no Brasil e levar soluções integradas por meio da segurança psicológica para o desenvolvimento de times e organizações.
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BARTIRA BETINI NUNES
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