Menos mal. Mas podia ser melhor

            A péssima repercussão do PL 825/2024 obrigou a uma revisão da proposta inicial. O recuo volta ao que vige até agora: prazo de vinte anos para que toda a frota de ônibus paulistana reduza a emissão dos gases causadores do efeito-estufa em 95%. Dentro em catorze anos, a redução será de 90% nas emissões dos óxidos de nitrogênio e 80% nos particulados.
            A versão inicial era o desastre completo. O novo texto ameniza a nocividade da primeira proposta, mas ainda precisa ser analisado. O que não se pode admitir é voltar a níveis insustentáveis na emissão dos venenos que os veículos movidos a combustíveis fósseis emitem e que estão causando grave enfermidade do planeta.
            O agravamento da situação climática, resultante de séculos de maus tratos infligidos à natureza, impõe não só a conscientização de todos, mas atitudes audaciosas, corajosas e consequentes dos setores que mais contribuem para as emissões.
            Espera-se que a sociedade civil também se empenhe numa cruzada que é de todos: ou o mundo reduz as emissões dos gases venenosos, abolindo de vez os combustíveis fósseis, ou a humanidade contribuirá para o termo final de sua aventura terrena.
            Uma cidade como São Paulo, que já teve dias de terrível poluição, considerada a cidade com a pior condição atmosférica do planeta, precisa ter juízo e levar a sério a política abraçada pelo Prefeito Ricardo Nunes, que estimula a eletrificação da frota de ônibus e concede subsídios para as empresas adotarem essa estratégia que atenderá à exigência de maior qualidade de vida para todos os paulistanos.
            Importante o recuo e o substitutivo no PL que propõe retrocesso na estratégia de descarbonização. Melhor seria que iniciativas mais ambiciosas fossem adotadas, para ratificação e intensificação das providências de substituição, o mais rápido possível, dos combustíveis venenosos, por alternativas limpas. Energia verde e saudável para todos os paulistanos.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.  
                       
  
 

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LUCIANA FELDMAN
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