São Paulo, setembro de 2024 – Questões de saúde mental têm sido um desafio para 46,43% dos liderados e 38,05% dos líderes. Nesses grupos estão profissionais que receberam diagnóstico médico de estresse, burnout ou ansiedade, além daqueles que não passaram por avaliação clínica, mas se sentem emocionalmente abalados. Os dados integram a 5ª Edição do Estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizado pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, mapeando a percepção de 387 líderes e 387 liderados com nível superior completo, idade igual ou superior a 25 anos e de diferentes regiões do Brasil.
No último ano, você recebeu diagnóstico médico de estresse, ansiedade ou burnout? (múltipla escolha)
LÍDERES
LIDERADOS
Não recebi diagnóstico médico e sinto que estou emocionalmente bem
Não recebi diagnóstico médico, mas me sinto emocionalmente abalado(a)
Sim, recebi diagnóstico de ansiedade
Sim, recebi diagnóstico de estresse
Sim, recebi diagnóstico de burnout
61,95%
16,34%
13,17%
10,49%
5,12%
53,57%
21,43%
19,94%
10,71%
4,17%
A pesquisa da The School of Life e da Robert Half mapeou, ainda, que 18,20% dos líderes e 21,43% dos liderados estão fazendo uso de alguma medicação psicofarmacológica, principalmente para aumentar a produtividade, aliviar sintomas de ansiedade ou dormir melhor. “A incidência relativamente alta de diagnósticos de estresse, burnout e ansiedade entre líderes e liderados sugere que as condições de trabalho contemporâneas têm prejudicado a saúde física e mental de muitos trabalhadores. Esse cenário pode ser ainda mais grave, considerando que muitos não buscam ajuda e permanecem sem diagnóstico adequado. O uso significativo de medicação psicofarmacológica para aliviar sintomas ou aumentar a produtividade reflete uma tentativa legítima, mas potencialmente insustentável, de lidar com essas pressões. A menos que as causas subjacentes sejam abordadas, a medicação funcionará apenas como paliativo. Para enfrentar esse desafio, é essencial promover um equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, além de cultivar o bem-estar físico, emocional e mental”, explica o psicólogo Saulo Velasco, Head de Aprendizagem na The School of Life Brasil.
Vale destacar que 50,30% dos liderados consideram que a própria saúde mental é negativamente impactada pela maneira como a cobrança por produtividade acontece na empresa. E quando questionados sobre as três habilidades mais importantes para contornar situações de medo e estresse no trabalho, líderes e liderados elencaram as mesmas soft skills, inclusive com igualdade na ordem de prioridade: inteligência emocional; adaptabilidade e flexibilidade; e capacidade de comunicação eficaz. “Evidentemente, os diagnósticos médicos de estresse, ansiedade e burnout devem ser acompanhados de perto por um profissional da área de saúde. No entanto, não podemos esquecer do papel das lideranças em reservar momentos para a gestão de seu time, em todos os aspectos, inclusive comportamentais e emocionais. É fundamental ter abertura para conversar, apoiar e encontrar, em parceria com o profissional, estratégias para lidar com as adversidades do dia a dia de trabalho de forma mais saudável”, ressalta Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.
No quesito “conexão entre líderes e liderados”, 94,17% dos gestores relatam adotar práticas para se conectar com a equipe, como, por exemplo, conversas informais sobre questões pessoais e profissionais (resposta de 72,33% dos gestores na questão de múltipla escolha), feedbacks frequentes e construtivos (60,19%) e a adoção de um ambiente aberto para que os colaboradores expressem suas preocupações sem medo de retaliação (59,47%). Uma parte dos liderados (35,71%), porém, não sente que tem proximidade com seus líderes diretos e alguns destes (18,45%) revelam sentir que isso afeta negativamente o desempenho, a motivação e o engajamento no trabalho.
“A pesquisa vem ao encontro do que tenho conversado diariamente com as empresas. Há uma preocupação muito forte, que não existia anteriormente, de olhar para a saúde mental, também, da liderança e de promover a conexão entre equipes. Acredito que seja um reflexo de toda mudança abrupta que vivenciamos no mundo do trabalho nos últimos anos, que passou a ser híbrido ou remoto. As pessoas precisam do contato físico para criar essa conexão e fico feliz que as empresas estejam olhando para isso. Hoje, 80% dos nossos programas in company têm sido presenciais. São empregadores interessados em extrair a alta performance do time sem que isso custe a saúde dessas pessoas”, ressalta Diana Gabanyi, CEO da The School of Life Brasil.
Ao serem questionados sobre assédio moral, 35,12% dos liderados revelaram já terem se sentido moralmente assediados de diversas formas, enquanto 18,20% dos líderes admitiram que, em algum momento da carreira como gestor, já praticaram assédio moral, com ou sem intenção. “No passado, havia espaço para um estilo de gestão que permitia comportamentos que hoje são intoleráveis. A sociedade evoluiu e o mercado corporativo deve acompanhar essas transformações. Lideranças capazes de escutar e conduzir seus times em ambientes de trabalho saudáveis não só fortalecem o engajamento das equipes e a retenção de profissionais-chave, como promovem a atração de talentos por meio de uma marca empregadora forte”, destaca Sartori.
SOBRE AS REALIZADORAS DO ESTUDO
Sobre a THE SCHOOL OF LIFE
Referência global em educação emocional, a The School of Life tem inspirado uma nova Era de desenvolvimento de pessoas dentro das organizações. Com unidades em 10 países, a escola foi fundada em Londres, em 2008, pelo filósofo e escritor suíço Alain de Botton. Por trás de tudo o que fazemos, estão o autoconhecimento, a saúde mental e o desenvolvimento do potencial humano. Globalmente, a TSOL já atendeu mais de 20 milhões de pessoas, seja com experiências corporativas, cursos abertos ao público em geral, livros, jogos, cards ou conteúdo online. A escola chegou ao Brasil em 2013, sendo a única nas Américas.
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Sobre a Robert Half
É a primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half é reconhecida, também, por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoia a diversidade.
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