Muita gente já ouviu falar em logística reversa e em economia circular, expressões que habitam o linguajar dos preocupados com a situação periclitante de nosso planeta. É que produzimos muito lixo, hoje chamado “resíduo sólido”, até porque, obedecendo aos cânones da logística reversa e da economia circular, tudo o que desperdiçamos vale dinheiro. Jogar fora é uma tolice. Tolice ainda maior quando mandamos para os aterros sanitários aquilo que pode e deve ser reaproveitado.
Nossa lógica tradicional é bem ignorante. Extrair, produzir e descartar recursos é o projeto da economia linear, que coloca em risco a própria sobrevivência da espécie. Nós precisamos nos conscientizar de que, individualmente, podemos sim, fazer a diferença.
Não é possível conviver com a realidade detectada por pesquisadores: 32% dos 78 milhões de toneladas do material mais usado em embalagens no mundo não são coletados. E quando são, apenas 2% são reciclados. Por isso é que já existe mais plástico do que conchas nas praias e mais plástico do que peixe nas águas. Por sinal, microplástico já é encontrado nas artérias daqueles que são obrigados a se submeter a cirurgias cardiovasculares, para colocar stents e desentupir as veias principais.
Vamos cuidar melhor de nossos descartes? Vamos nos interessar pela coleta seletiva? Vamos alertar aqueles que ainda não se convenceram de que a responsabilidade é nossa, até porque não haverá quem se salve se a catástrofe climática vier a ocorrer?
Adiramos, portanto, à economia circular e à logística reversa. A partir de nossa casa, com a conscientização de nossa família.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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