Estreou no dia 24 de abril a terceira temporada da webserie “(In)Comum”, dirigida, produzida, roteirizada e coestrelada por Rodrigo Alves de Jesus. Com sete episódios, a nova fase da produção já está disponível no YouTube, no canal da Crisálida Filmes.
A narrativa retoma um mistério deixado em aberto na segunda temporada e propõe uma aventura intensa, temperada com boas doses de drama, suspense, terror e ação.
Acompanhamos o protagonista Allan (Aloísio Souza) em sua busca por respostas sobre o enigmático personagem Caleb (Fernando Henrique). À medida que Allan mergulha nos segredos que envolvem Caleb, uma nova realidade se desvela: tudo o que ele viveu até então não passava de um encantamento. Agora, nesta nova dimensão, Allan precisa correr contra o tempo para impedir que espectros cósmicos se tornem entidades capazes de destruir todo esse universo recém-descoberto.
O que é (In)Comum?
Inspirado pela série “Sobrenatural”, da CW, Rodrigo Alves de Jesus buscava um título que traduzisse a ideia de acontecimentos “fora do comum”. Em conversa com um amigo, surgiu o nome Incomum. Para destacar ainda mais esse contraste entre o ordinário e o extraordinário, ele decidiu colocar o prefixo “(In)” entre parênteses — dando origem ao título “(In)Comum”, que sugere a dualidade entre o que é normal e o que está além da compreensão.
Fascinado por temáticas sobrenaturais, Rodrigo resolveu se aventurar na produção audiovisual explorando o tema de maneira leve na primeira temporada, centrada no embate entre ceticismo e crença. Já a segunda temporada mergulhou no lado mais humano, ao acompanhar um personagem que, diante de injustiças, decide se entregar ao sobrenatural em busca da justiça que nunca encontrou.
Na terceira temporada, o autor escolheu um novo rumo narrativo, afastando-se da investigação policial para explorar a jornada de um personagem que, lançado num mundo desconhecido, precisa aceitar o que está acontecendo e se adaptar. A nova fase foi inspirada por obras como a série “Dark”, da Netflix e o filme “Donnie Darko”, de Richard Kelly, além de trazer elementos de terror cósmico e repetir o tema da entrega ao inexplicável para corrigir erros do passado.
Narrando o sobrenatural com crueza e sensibilidade
A série aposta numa linguagem crua, remetendo ao estilo mumblecore, com múltiplos núcleos narrativos que se entrelaçam ao longo da temporada. Além do sobrenatural, há uma forte carga dramática em personagens recorrentes, culminando num clímax revelador. Em essência, trata-se da história de um homem que precisa lembrar-se de quem é ao encontrar-se numa nova realidade.
“(In)Comum” não se limita a fantasmas, magia, covens e entidades. A websérie também reflete sobre frustrações humanas diante de situações que fogem ao nosso controle — e sobre o desejo de “consertar” o passado recorrendo a atalhos mágicos que desafiam a lógica. Embora envolta em fantasia, a série propõe uma reflexão sobre a tentação humana de evitar a dor e acelerar processos que, muitas vezes, precisam ser vividos com profundidade.
Por que (In)Comum é relevante?
Num cenário dominado por superproduções bilionárias, muitas vezes rasas em conteúdo e atuações, olhar para o que é feito de forma independente — com paixão, criatividade e o simples desejo de contar uma boa história — pode ser uma experiência surpreendente. “(In)Comum” representa uma imersão num universo artístico muitas vezes invisibilizado, mas que oferece personagens mais humanos, tramas mais palpáveis e, sobretudo, narrativas com as quais o público pode verdadeiramente se identificar.
Dar visibilidade a produções independentes é também valorizar a cultura local e reconhecer o poder transformador da arte feita com poucos recursos, mas muita verdade. Histórias como a de “(In)Comum” podem inspirar outras a saírem da gaveta e mostrarem que o “grande dia” pode começar com um simples clique no play.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
VANDERLEI TENÓRIO PEREIRA JUNIOR
[email protected]