Falar sobre o empreendedorismo feminino é muito mais do que celebrar as mulheres no mercado de trabalho, é uma oportunidade para refletir sobre os desafios e as contribuições das que escolhem empreender no Brasil e, consequentemente, colaboram para diferentes questões do país, principalmente em três importantes pilares: o econômico, o ecossistema empresarial e a diversidade.
Isso torna-se ainda mais interessante ao olharmos o forte interesse feminino neste modelo de negócio. Segundo uma pesquisa do Monitor Global de Empreendedorismo 2023, o Brasil conta com 47,7 milhões de pessoas que pretendem empreender até 2026, sendo 54,6% desse total composto por mulheres. Ainda, segundo o SEBRAE, as mulheres estão à frente de quase metade dos negócios brasileiros, mostrando a vasta abertura para novos postos de trabalho e geração de emprego, e para muitas micro, pequenas e médias empresas promove um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e cultural.
No entanto, não podemos deixar de lado os obstáculos complexos que são enfrentados pelas empreendedoras. Conforme o SEBRAE, as mulheres dedicam 17% a menos horas no próprio negócio que os homens, por conta da dupla jornada familiar. Ainda, questões que envolvem desde burocracia até o acesso limitado a crédito e discriminação de gênero também são desafios presentes.
Porém, com a busca por mais flexibilidade, necessidade de conciliar trabalho e vida familiar, e o desejo de ter maior controle sobre suas carreiras faz com que esse movimento seja cada vez mais impulsionado.
Junto a isso, o empreendedorismo feminino traz a representatividade na forma mais íntegra possível. Mulheres empreendedoras inspiram outras a seguirem o mesmo caminho e reforçam a necessidade do empoderamento e da luta por igualdade no mercado de trabalho, além de impactar positivamente o desenvolvimento das comunidades com pautas sociais e ambientais por meio de suas empresas.
Cerca de 76% dos empreendimentos liderados por mulheres no Brasil são majoritariamente feminino, aponta pesquisa do SEBRAE, mostrando como a representatividade inspira e abre portas para que muitas possam fazer parte desse cenário.
Além disso, esse processo oferece às mulheres a oportunidade de alcançar a independência financeira e a liberdade para gerenciar em seus negócios, o que fortalece sua posição na sociedade e reduz a dependência de terceiros, como familiares ou cônjuges.
E aquelas que querem começar a empreender?
Sem dúvidas, este ambiente de mulheres empreendedoras tende a alcançar patamares surpreendentes com sua força na economia, na geração de empregos e num setor que visa a igualdade, com ainda mais espaços de oportunidades.
Para aquelas que desejam entrar neste meio, acredito que conectar-se com outras empreendedoras e organizações que apoiam o empreendedorismo feminino é um bom caminho. Além disso, procurar capacitação em áreas como gestão de recursos financeiros, marketing digital e liderança é fundamental para começar a criar suas estratégias e planejamentos para um negócio sólido.
Desenvolver inteligência emocional para lidar com adversidades e desafios, e aprender que o equilíbrio e o autocuidado caminham juntos também fazem a diferença.
E uma coisa é certa: apoio e incentivo nunca é demais para um ambiente mais inclusivo e justo, seja para criar um novo empreendimento ou manter o que já existe, propagando novas possibilidades.
Cada vez mais mulheres estão quebrando barreiras e desbravando novos caminhos no mercado, e suas atuações são uma força vital para o desenvolvimento do nosso país.
*Christiana Mello é diretora da unidade de recrutadores da Catho
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GIOVANNA REBELO ALVES
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