Dados do IBGE mostram que, entre 2012 e 2023, a participação de mulheres com 50 anos ou mais no mercado de trabalho cresceu 26%. Esse aumento reflete um cenário de transformação, mas também traz desafios. O preconceito etário e a falta de oportunidades de desenvolvimento continuam sendo barreiras, mesmo para profissionais experientes e altamente capacitadas. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que apenas 15% das empresas globais possuem programas específicos para incluir pessoas acima de 50 anos. No Brasil, essa inclusão ainda é tímida, mas começa a ganhar força com iniciativas voltadas para ESG e responsabilidade social corporativa.
Para Silene Rodrigues, Diretora Sênior de Recursos Humanos na Adidas e especialista em neurocoaching e bem-estar corporativo, é fundamental que o mercado enxergue o valor da experiência e resiliência que essas mulheres trazem. “As mulheres 50+ não são apenas parte do passado das empresas; elas são um recurso valioso para o futuro. Quando investimos nelas, promovemos um ambiente de trabalho mais humano e inovador, capaz de abraçar mudanças e crescer de forma sustentável”, reflete.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2023 revelou que, no Brasil, a taxa de empregabilidade de mulheres com mais de 50 anos ainda é 20% menor em relação a homens da mesma faixa etária, evidenciando a desigualdade de gênero em posições sêniores. Além disso, um relatório da consultoria McKinsey & Company destacou que empresas com maior diversidade etária têm 19% mais chances de superarem seus pares em termos de inovação.
No Brasil, iniciativas como a Plataforma Maturidade — um projeto do Sebrae — têm incentivado a capacitação de mulheres 50+ para o empreendedorismo, um setor que cresceu 11% entre 2020 e 2023. Além disso, grandes empresas como Natura e Magalu têm implementado políticas de contratação que consideram a diversidade etária como um pilar estratégico, alinhando essas ações aos objetivos de sustentabilidade e impacto social. Para Silene, a criação de políticas públicas que incentivem a formação continuada e programas de recolocação para mulheres acima de 50 anos é essencial. “Minha idade não me define. Tenho orgulho de compartilhá-la, pois sou muito mais do que meu ano de nascimento. Sou o resultado das minhas experiências, das lições que aprendi e das expectativas que me impulsionam com energia e autenticidade”, finaliza.
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Damaris Pedro
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