*Adriano Salomão
Os departamentos de polícia enfrentam recursos limitados e um cenário de crimes em constante mudança. Para responder rapidamente a emergências e manter a segurança pública, é essencial que evoluam continuamente, adotando novas tecnologias e estratégias inovadoras. Nesse contexto, os centros de combate ao crime em tempo real (Real Time Crime Centers ou apenas RTCCs em inglês) surgiram como uma solução tecnológica eficiente e econômica. Esses centros aumentam a consciência situacional, melhoram a segurança dos policiais e permitem a resolução de casos com menos recursos.
RTCCs para auxiliar todo mundo
À medida que as cidades evoluem com a tecnologia, infraestrutura e populações globais, o crime também muda, dificultando o policiamento urbano. O número de policiais está diminuindo: uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) indica que entre 2013 e 2023, o efetivo caiu em 6,8% apenas no que se refere a policiais militares. Além disso, apenas 69,3% das vagas existentes para PMs no país foram preenchidas em 2024.
Mesmo com um quadro que precisa de atenção, as cidades passaram a investir em tecnologia, como câmeras e sensores, para apoiar os departamentos de polícia. Em 2021, havia 1 bilhão de câmeras de vigilância no mundo. Apesar disso, os departamentos de polícia estão ricos em dados, mas pobres em informações, devido a sistemas desconectados, o que sobrecarrega recursos e dificulta a colaboração e resposta a incidentes.
Com tudo isso, a tecnologia de RTCC oferece pontos vitais de combate ao crime que facilitam a tomada de decisões por meio de maior inteligência e melhor compreensão. Eles centralizam diversas tecnologias, ajudando a coordenar o pessoal de segurança pública para responder rapidamente a situações e focar em crimes ativos, áreas de alta criminalidade ou eventos públicos de grande escala.
Ao transmitir informações de vários sensores espalhados pela cidade, os RTCCs oferecem acesso a videomonitoramento ao vivo, reconhecimento de placas de veículos, alertas de disparos de armas de fogo, chamadas de despacho assistido por computador e bancos de dados criminais. Sua capacidade de unificar dados e operações em todos os departamentos da cidade e apresentar informações de forma significativa melhora a aplicação da lei.
Esse recurso de dados compartilhados elimina a fragmentação entre departamentos e facilita a colaboração com a comunidade, aumentando a segurança pública. Permite respostas mais rápidas e com melhor consciência situacional, auxiliando nas investigações e na gestão de evidências. Em 2019, um estudo da RAND Corporation nos Estados Unidos mostrou que um RTCC em Chicago reduziu crimes em média de 5 a 15%, com alguns distritos alcançando até 40% de redução em determinadas atividades ilícitas.
Unificando Dados e Melhorando a Segurança Pública
Os RTCCs diferem dos centros de operações tradicionais ao unificar e centralizar dados de várias fontes, como VMS (videomonitoramento ao vivo), ALPR (ferramentas de reconhecimento de placas de veículos) e câmeras corporais, em uma única plataforma. No modelo tradicional, esses dados ficam isolados em sistemas independentes, dificultando a colaboração e atrasando a resposta a emergências. Com um RTCC, as operações de segurança pública são consolidadas, permitindo uma visão integrada da cidade e facilitando a tomada de decisões informadas e rápidas.
Os dados são apresentados por meio de uma visualização baseada em mapas, oferecendo às autoridades policiais uma visão consolidada do que está acontecendo na cidade. As autoridades policiais podem, então, priorizar e coordenar as intervenções e respostas dos agentes para proteger melhor os cidadãos e tomar decisões informadas. Esses sistemas também monitoram continuamente a integridade de todos os sensores e câmeras conectados, para que possam ser verificados e receber manutenção de forma proativa.
Ademais, os RTCCs promovem a federação, onde várias entidades, como polícia, bombeiros e empresas, colaboram para melhorar a segurança urbana. Essa integração permite o compartilhamento de informações vitais e a coordenação eficiente de respostas.
Com o aumento das taxas de criminalidade e das expectativas da comunidade, os órgãos de segurança pública precisam fazer mais do que reagir a situações em andamento. A automação e a centralização dos dados adquiridos economizam um tempo valioso para os departamentos de polícia, permitindo que façam muito mais com menor número de policiais.
*Adriano Salomão é Diretor de Engenharia da Genetec para América Latina
Sobre a Genetec
A Genetec Inc. é uma empresa global de tecnologia que vem transformando a indústria da segurança física há mais de 25 anos. O portfólio de soluções da empresa permite que empresas, governos e comunidades ao redor do mundo protejam pessoas e ativos, ao mesmo tempo em que melhoram a eficiência operacional e respeitam a privacidade individual.
A Genetec fornece os principais produtos do mundo para gerenciamento de vídeo, controle de acesso e ALPR, todos desenvolvidos em uma arquitetura aberta e projetados com cybersecurity como núcleo principal. O portfólio da empresa também inclui soluções de detecção de intrusão, intercomunicação e gestão de evidências digitais.
Com sede em Montreal, Canadá, a Genetec atende mais de 42.500 clientes por meio de uma ampla rede de parceiros de canal e consultores credenciados em mais de 159 países. Para mais informações sobre a Genetec, acesse: https://www.genetec.com/br
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RICARDO KIYOSHI SYOZI
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