Ritmos da Favela: Projeto Impulsiona a Música de Periferia em São Luís
Com o foco em qualificar e profissionalizar jovens artistas e empreendedores da música nas periferias da Grande Ilha de São Luís, o projeto Ritmos da Favela deu a largada em sua primeira edição, no último fim de semana . O evento, realizado no bairro da Liberdade, o maior quilombo urbano da América Latina, é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e realizado pelo Instituto Empreendedorismo Sustentável, com apoio do Ministério da Cultura, CUFA, SEBRAE, Movimento Mobiliza e Latino América 360.
De acordo com Maeme Menescal, presidente do Instituto Empreendedor Sustentável e idealizadora do projeto, o Ritmos da Favela tem como objetivo integrar jovens das favelas ao mercado da música. “Nossa proposta é atender artistas e empreendedores musicais de todas as favelas de São Luís, com foco na qualificação profissional. O evento começou com debates sobre o mercado criativo da indústria musical maranhense e o papel do poder público no setor”, destacou Maeme.
O evento contou com uma série de atividades, incluindo palestras e workshops que trouxeram contribuições de profissionais renomados da indústria musical. O grande destaque é a presença de Bono da Costa, produtor musical com 25 anos de experiência no Brasil e no exterior. Bono falou sobre a importância do planejamento na carreira musical, além da qualificação dos artistas, que é essencial para que eles possam alcançar o mercado internacional. “Para ter sucesso na música, é fundamental ter uma boa planificação, pré-produção, produção e pós-produção. Esses são os pilares para qualquer carreira musical, desde um artista em um pequeno local até grandes turnês internacionais”, explicou Bono.
Para o rapper Yoongesu, o Ritmos da Favela trouxe clareza e direcionamentos importantes para sua carreira. Além disso, ele está comprometido em colocar em prática o que aprendeu e levar sua arte para o máximo de cidades possíveis do Maranhão. “É uma experiência gigantesca. Esse evento veio para dar a nós, artistas, o direcionamento que precisamos para transformar nossos sonhos em realidade e viver de nossa arte com dignidade”, afirmou Yoongesu.
A DJ e pesquisadora de música afro-indígena, Agojy de Exu Tupinambá, também se mostrou empolgada com a oportunidade. “É uma experiência única. As oficinas trazem um despertar importante para os artistas da periferia, onde precisamos entender como o mercado musical funciona para conquistar mais espaço”, disse Agojy.
Uma das grandes contribuições do evento foi a palestra de Joseana Sousa, especialista em desenvolvimento pessoal. Josiana abordou a importância do desbloqueio das barreiras internas que muitos empreendedores da música enfrentam, especialmente aqueles oriundos das periferias.
Além das oficinas e palestras, o evento também contou com a presença de Amanda Bertrand, produtora cultural e CEO do selo Upaon Mundo. Amanda é responsável pela representação de diversos artistas de comunidades de São Luís no cenário nacional e internacional. No primeiro dia de evento, ela compartilhou com os participantes como sua iniciativa contribui para levar os artistas de comunidades aos grandes palcos brasileiros.
O Ritmos da Favela seguiu com sua programação, que incluiu seis oficinas, somando 16 horas de formação prática e teórica. Os próximos serão onlines, em mentorias que irão aprofundar temas como a criação de material de venda, estratégias de promoção e a execução de turnês. A iniciativa, apresentada pelo Instituto Cultural Vale, se consolida como uma oportunidade única para artistas da periferia de São Luís se profissionalizarem e ampliarem suas possibilidades de sucesso, tanto no mercado local quanto no cenário internacional.
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DYEGO FERNANDO RODRIGUES ALMEIDA
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